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Controvérsias e Dúvidas

 

 

Existem várias organizações/associações (1,2) que defendem que o bisfenol A (BPA) não provoca qualquer dano para a saúde humana. Utilizam o fato de os estudos de toxicidade realizados em humanos não demonstrarem riscos para a saúde humana sendo que só os estudos realizados em animais revelaram possíveis danos e alterações para a saúde dos mesmos. 

 

 

1.  Conclusões recentes da FDA e da EFSA

Recentemente a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration, FDA) concluiu, com base num estudo subcrónico em roedores destinado a fornecer informações que poderiam ajudar na conceção de um estudo de longo prazo que está agora em curso. O estudo subcrónico foi concebido para caracterizar potenciais efeitos do bisfenol A (BPA) numa série de parâmetros, incluindo alterações na próstata, e nas glândulas mamárias, alterações metabólicas e parâmetros cardiovasculares. O estudo incluiu uma fase intrauterina, alimentação direta aos ratinhos filhotes de modo a imitar a alimentação de recém-nascidos  através do biberão,  e administrou uma gama de doses  baixas, em que os efeitos tinham sido previamente relatados em alguns estudos com animais, bem como doses mais altas, em que os efeitos estrogénicos tinham sido medidos em estudos orais. Os resultados deste estudo não mostraram efeitos do BPA em qualquer dose baixa. Assim, na perspetiva atual da FDA, com base na avaliação de segurança mais recente, o BPA é seguro nos níveis atuais que ocorrem nos alimentos. Com base na revisão de segurança de evidências científicas em curso da FDA, a informação disponível continua a apoiar a segurança do BPA para os usos atualmente aprovados em recipientes de alimentos e embalagens (1). 

 

No dia 21 de Janeiro de 2015, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) conclui que não existe risco de saúde na exposição ao bisfenol A. A conclusão é consistente com a recente declaração da FDA, confirmando a segurança do BPA em materiais em contato com alimentos. Muitos outros órgãos do governo, por exemplo Health Canada, também avaliou a evidência científica sobre BPA e chegaram a conclusões semelhantes. Assim sendo, a restrição francesa do BPA é considerada desproporcionada e deve ser removida (2). 

 

 

 

2. Será que o consumo de BPA pode causar cancro?

Segundo os defensores da utilização do BPA, não existem quaisquer estudos  que apoiem o desenvolvimento de cancro relacionado com o consumo de BPA. Segundo o relatório de Avaliação de Risco da União Europeia o BPA não constitui um risco para a saúde humana no que diz respeito ao desenvolvimento de tumores (3).

No entanto, vários estudos realizados em animais apontam que a exposição das glândulas mamárias ao BPA, durante a gestação, despoleta a formação de lesões pré-neoplásicas nos fetos (5,6).

Como já referimos, não existem estudos, realizados em humanos,  que comprovem ou que anulem a possibilidade de o BPA ser um desencadeador desta patologia.

 

 

 

3. BPA pode causar toxicidade a nível da reprodução feminina e masculina?

Certos grupos afirmam que o BPA não causa anomalidades genéticas de nascença, nem de infertilidade pois as provas científicas apresentadas não são válidas nem concordantes. Além do mais, existem muitas avaliações por parte das autoridades que confirmam que a exposição ao BPA é muito baixa e que os seres humanos metabolizam e eliminam o BPA rapidamente.

Foi realizado um estudo experimental com animais, ratos e ratinhos, que conclui existir evidência científica suficiente para afirmar que o BPA é tóxico para o sistema reprodutor feminino e masculino aquando de uma exposição oral crónica e subcrónica ao BPA (7,8).

 

 

 

(1) FDA - U.S. Food and Drug Administration, Bisphenol A (BPA): Use in Food Contact Application, 2014, acedido a 20/05/2015; Disponível em www.fda.gov/NewsEvents/PublicHealthFocus/ucm064437.htm.

(2) Plastic Europe - Association of Plastic Manufactures, Polycarbonate/Bisphenol A Group, 2015, acedido a 20/05/2015; Disponível em http://www.bisphenol-a-europe.org/uploads/Modules/Mediaroom/stm-re-efsa-final-opinion-21-01-2015-2.pdf.

(3) Bisfenol A, Mitos e fatos sobre o Bisfenol A (BPA), 2011, acedido a 22/05/2015; Disponível em http://www.bisfenol-a.org.br/m-fatos.asp.
(4) BisphenolA, Human Health & Safety: Health Effects Research, 2015, acedido a 21/05/2015; Disponível em http://www.bisphenol-a.org/human/herCarcinogenicity.html.

(5) Soto, A.M., et al., Does breast cancer start in the womb? Basic & clinical pharmacology & toxicology, 2008. 102(2): p. 125-133.

(6)Brisken, C., Endocrine disruptors and breast cancer. CHIMIA International Journal for Chemistry, 2008. 62(5): p. 406-409.

(7) Shelby, M.D., Potential Human Reproductive and Development Effects of Bisphenol A. 2010: DIANE Publishing.

(8) Chapin, R.E., et al., NTP‐CERHR expert panel report on the reproductive and developmental toxicity of bisphenol A. Birth Defects Research Part B: Developmental and Reproductive Toxicology, 2008. 83(3): p. 157-395.

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